Ibama identifica atividades ilegais em Terra Indígena
Brasília (15/08/2019) – Fiscalização preventiva realizada pelo Ibama e pela Fundação Nacional do Índio (Funai) para evitar incêndios florestais na região do Parque Nacional do Xingu possibilitou a identificação de duas propriedades rurais cujos limites invadiam a Terra Indígena (TI) Pequizal do Naruvotu, em Canarana (MT). Foram embargados 6.310 hectares onde a limpeza do terreno e a circulação de gado impediam a regeneração de vegetação nativa da Amazônia.
Em um dos imóveis, um rebanho de aproximadamente 4 mil bovinos era mantido no interior da TI, causando dano ambiental a uma área de 2.181 hectares. No outro, cerca de 1.400 hectares de vegetação secundária eram varridos por tratores que formavam pilhas de matéria orgânica seca para alimentar aproximadamente 990 cabeças de gado. As multas aplicadas aos dois casos totalizam R$ 17,9 milhões.
Os ilícitos ambientais verificados durante a operação foram comunicados por ofício ao Ministério Público Federal para apuração de responsabilidades em âmbito criminal.
Caça e pesca irregulares
Ainda na TI Pequizal do Naruvotu, agentes do Ibama apreenderam 10 barcos, 9 motores, 9 tarrafas, quatro tartarugas e vários ovos durante operação de combate à pesca e à caça ilegais.
Também foram recolhidos e doados ao Lar dos Idosos de Canarana (MT) 129 kg de pescado.
Os 37 autos de infração aplicados totalizam R$ 120,2 mil.
Javalis
Em Canarana, município que abriga a TI Pequizal do Naruvotu, ação realizada para fiscalizar criadores de fauna exótica invasora (espécies que podem desequilibrar o ecossistema em que são introduzidas) resultou na identificação de 30 animais nascidos a partir do cruzamento de porcos domésticos com javalis em uma fazenda da zona rural.
O proprietário recebeu a determinação de abater os animais no prazo de cinco dias e foi autuado em R$ 8 mil.
O javali (Sus scrofa) é uma espécie nativa da Europa, da Ásia e do norte da África. O animal é classificado como uma das cem piores espécies exóticas invasoras do mundo pela União Internacional de Conservação da Natureza. Sua agressividade e facilidade de adaptação, associadas à ausência de predadores naturais, causam uma série de impactos ambientais e socioeconômicos, principalmente para pequenos agricultores.
A reprodução do javali em cativeiro, mesmo que o cruzamento ocorra com espécie doméstica, não é permitida sem parecer técnico oficial favorável e licença da autoridade ambiental competente.