CETESB promove Workshop Internacional
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) promoveu nesta quinta-feira (7), no auditório Augusto Ruschi, o Workshop Internacional sobre Poluição por Plástico no Ambiente Marinho.
“Precisamos avançar neste tema que é um desafio transfronteiriço. Com pioneirismo no Brasil, a Companhia desenvolve este trabalho técnico transformando informação em conhecimento para a população”, comentou a diretora-presidente da CETESB, Patrícia Iglecias.
O objetivo do workshop foi divulgar os estudos sobre o monitoramento, as metodologias utilizadas e o estado da arte sobre iniciativas mundiais referentes à poluição por plásticos no ambiente marinho.
“Existem enormes ilhas de plástico no oceano. Por estarem em alto mar, é como se o problema não fosse de ninguém, mas na verdade é de todos nós, pois somos responsáveis pelo descarte inadequado desses resíduos”, afirmou o Ministro do Superior Tribunal de Justiça, Herman Benjamin, que participou via internet.
“Mais uma vez a CETESB está na vanguarda dos temas ambientais ao discutir o plástico e microplástico nos mares. Um problema que afeta não só a vida marinha, mas toda a população”, complementou o secretário-executivo da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, Luiz Ricardo Santoro.
O Workshop foi uma realização da CETESB em colaboração com o Consulado dos Estados Unidos em São Paulo. Participaram da abertura do evento, o diretor de Engenharia e Qualidade Ambiental da CETESB, Carlos Roberto dos Santos, o cônsul dos Estados Unidos em São Paulo, Phillip Drewry, a desembargadora do Tribunal Regional Federal, Consuelo Yoshida, e a diretora do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, Elisabete de Santis Braga da Graça Saraiva.
Palestraram ainda a professora da Universidade da Califórnia, Jennifer Brandon, sobre “Microplastics: The Ocean’s Biggest Tiny Problem”; a gerente da CETESB, Claudia Condé Lamparelli, sobre “A rede de monitoramento da qualidade das águas costeiras da CETESB”; o professor do Instituto Oceanográfico da USP, Alexander Turra, sobre “Harmonizing marine litter monitoring”; a professora da Universidade de Glasgow, Natalie Welden, sobre “Mistakes in microplastic monitoring; lessons from a decade of advancement”; o professor da Universidade Federal do Pará, José Eduardo Martinelli, sobre “Microplásticos na Amazônia brasileira: estado da arte e perspectivas” e a professora da Universidade Federal de Pernambuco, Cibele Rodrigues Costa, sobre o “Monitoramento de microplásticos em praias e compartimentos interligados”.
A CETESB monitora a qualidade das águas costeiras desde 2010, a partir da análise de água e sedimento. As águas costeiras, muito utilizadas para recreação de contato primário e secundário, também abrigam fauna e flora importantes no ecossistema marinho. A manutenção da qualidade dessas águas é imprescindível não só para garantir o lazer da população, mas também para a preservação da vida aquática e a manutenção da produtividade pesqueira.
Nos últimos anos, muitas iniciativas internacionais e nacionais relacionadas à conservação dos oceanos levaram à problemática do lixo marinho. Considerando que cerca de oito milhões de toneladas de plástico entram nos oceanos todos os anos, a Conferência sobre os Oceanos, que reúne os principais chefes de Estado, de Governo e representantes de organizações de todo o mundo que trabalham com o tema, definiu em 2017 apoiar a implementação do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável nº 14: conservar e utilizar de forma sustentável os oceanos, os mares e os recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.
Nesse sentido, a CETESB está empenhada em encontrar formas de contribuir mais efetivamente no estudo dessas questões para sua melhor compreensão buscando também propostas de mitigação dos problemas. Considerando que o tema do plástico no mar é relativamente recente, a CETESB tem a intenção de ampliar a discussão do tema e aprofundar o conhecimento sobre metodologias existentes para avaliação da presença de plásticos e microplásticos no ambiente marinho.